quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O privilégio de não ter tido babá!

Desculpem a ausência, queridos leitores, os últimos dias foram corridos, assumi alguns compromissos que acabaram me afastando um pouco deste espaço que gosto tanto.

Bom, voltemos então à ativa.
Hoje, depois do almoço, a Pri estava dando uma passeada pelo Facebook e viu um post de uma amiga relatando que, num local qualquer, haviam 9 babás com as respectivas crianças para as quais fora contratada as suas supervisões, e apenas ela – a amiga - como mãe. No mesmo post, uma outra amiga querida disse que, certa vez, indo passear no Horto do Córrego Grande, ela barriguda do segundo filho e brincando com a primeira filha naquele lugar lindo, observou três mães sentadas na sombra, e suas crianças brincando cada uma com sua respectiva babá.

Nada contra, quem sou eu para julgar alguém.
Ficamos apenas pensando no que aquilo significava, o que aquilo representava tanto para a criança quanto para a mãe. Qual o impacto de se terceirizar o cuidado e a proximidade com a criança?

Sei que muitas vezes uma babá é quase imprescindível, mas não me parece ser o caso das três mães sentadas à sombra.
Um momento como esse é tão singelo e bonito, se estabelece tanta cumplicidade, tanto carinho, que fiquei com pena das mães por não estarem vivendo aquilo. Das crianças também, crianças adoram quando seus pais estão perto, estão para eles e mais nada nem ninguém.

Inevitavelmente, fiz uma viagem instantânea à minha infância.
Tive uma infância maravilhosa, cresci num quintal cheio de árvores frutíferas, plantava alface e rabanete com minha mãe, via meu pai fazer brinquedos de madeira, andava descalço, tomava banho de chuva, descia o morro de rolimã, roubava goiabas do seminário que tinha perto de casa, enfim, parece história do Chico Bento, mas nossa casa ficava num local bem urbanizado, pertinho da universidade federal. Como disse no começo do parágrafo, uma infância maravilhosa!

Mas, por estar associando minhas memórias com a cena das mães com as babás, busquei nos arquivos do meu HD cerebral as minhas melhores memórias com meus pais.
Mesmo que quisessem, por terem cinco filhos com pouca diferença de idade entre um e outro, não teriam condições financeiras de contratar uma babá.

Que bom!
Minhas melhores lembranças não teriam espaço para uma babá, ou, caso houvesse uma, não seriam tão boas quanto são as que tenho com meus pais.

A presença de uma babá jamais substituiria uma manhã de fim de semana, quando meu pai acordou cedo e fez um robô de madeira para mim, maior do que eu. Eu o vi fazendo, escolhendo as madeiras, serrando, martelando, e eu ganhei o meu robô de madeira maior do que eu. Eu o ajudei a pintar o robô, eu fiz um bigodinho de Salvador Dali (não, eu não sabia quem era Salvador Dali, apenas achei que ia ficar engraçado, e ficou), e batizei meu robô de madeira de Jean Pierre. Meus amigos tinham carrinhos de controle remoto, mas se divertiam mesmo era com meu robô de madeira. Fiz milhares de viagens intergalácticas com meu robô de madeira. Ele foi meu co-piloto numa expedição submarina que fizemos certa vez, para tentarmos descobrir onde ficava a casa do Aquaman. Quando eu tinha medo na hora de dormir, deixava o meu robô de madeira perto da janela para que ele evitasse que alienígenas entrassem no meu quarto enquanto eu dormia e me abduzissem. A porta não precisava cuidar, pois do outro lado dela estavam meus pais, minhas irmãs, se o medo apertasse eu correria para a cama da minha irmã mais velha. Sempre que eu tinha medo de morrer (sim, eu era uma criança meio hipocondríaca), a única coisa que me acalmava era dormir com minha irmã Bebel. E ela deixava, sempre deixou. Acho que se eu ficar com medo hoje, e pedir, ela ainda deixa. Não sei se uma babá me daria estas lembranças tão marcantes.
Teve outra vez, também com o meu pai, que eu já estava virando um mocinho e minha mãe falou para o meu pai que estava na hora de ter uma conversa de homem para homem comigo. Nós fomos. Fizemos de tudo, menos a tal conversa para dizer o que é sexo. Ele sabia que eu já sabia. Não lembro como soube, mas um dia eu soube. Saímos só eu e meu pai, fomos ao cinema, assistimos “A Malandrinha” no Cine Carlitos. Depois, fomos ao Mac Donald’s, recém inaugurado na cidade. Eu tinha curiosidade, ele me levou para conhecer. Foi extremamente frustrante, para mim. Vi a foto de um sanduíche lindo, e me serviram um negócio pequeno e amassado. Poucas vezes depois desse dia voltei ao Mac Donalds. Não fazia sentido comer aquele sanduíche sem graça, se minha mãe fazia sanduíches lindos para nós, enormes, com bifes inteiros dentro de pães de trigo e com alface do quintal. Foi um dia especial, só eu e o meu pai. Uma babá poderia me levar nos mesmos lugares que ele me levou, mas não seria a mesma coisa. Por mais querida, carinhosa e cuidadosa que ela fosse, não seria o meu pai. Mas, para minha sorte, foi o meu pai!

Mas se me perguntassem qual a melhor coisa da minha infância, diria sem pestanejar um segundo: O SEQUESTRO!
Sim, eu fui sequestrado quando era criança.

Mais de uma vez, inclusive.
Para ser fiel aos fatos, várias vezes!

Quando minha mãe tirou carteira de motorista, vez ou outra ela chegava para mim e para meu irmão e dizia: Hoje eu vou sequestrar vocês!
Aqueles eram os melhores dias!

Saíamos eu e meu irmão com minha mãe, sem saber para onde ela iria nos levar, mas com a certeza de que sempre seria num lugar que adoraríamos ir.
Íamos à Ponta do Leal – onde hoje rola a discussão sobre virar área de preservação permanente, parque público ou hotel de luxo e, enquanto não se decidem, funciona como um ótimo lugar para se fumar crack – e passávamos a tarde toda brincando nos troncos de árvore, no mato, nas paredes caídas daquilo que um dia foi uma construção. Depois íamos na sorveteria Baraúna tomar banana split. E brincávamos, corríamos, nos arranhávamos e depois, no fim do dia, voltávamos pra casa imundos de tanto brincar e felizes como toda criança merece ser.

Hoje, prestes a receber minha primeira filha, tenho a total consciência de que ela vai precisar de muita coisa vinda de mim, menos de uma babá.
E não, não estou falando mal de babá ou dizendo que elas não são necessárias, muitas vezes elas são a salvação da lavoura. Estou afirmando apenas que, fossem meus pais naquele horto, eles não estariam sentados na sombra, eles estariam brincando comigo, e isso me faria muito feliz!

Se eu for presente e participativo como foram meus pais, se conseguir deixar na memória da nossa Clarinha lembranças tão boas quanto as que meus pais deixaram na minha, vou ter certeza de ter feito meu papel direitinho.
Mãe, pai, muito obrigado! Sou um sortudo, um privilegiado por ter nascido de vocês, tanto quanto a Clara é uma baita duma mini-sortuda por ter avós tão legais!


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Licença paternidade de 90 dias - Fazendo a minha parte!


Desde o dia 09/05/2012, tramita na câmara um projeto de lei de autoria do deputado federal Felipe Bornier (PDS-RJ), que propõe aumentar de 5 para 90 dias a licença paternidade.
Como costuma acontecer com outras iniciativas desta natureza, o projeto está engavetado desde então.

Para fazer um pouco mais do que escrever aqui que gostaria de ter direito a uma licença maior quando a Clara nascer, na última sexta feira enviei para TODOS os deputados federais, um email solicitando apoio nesta causa.
Joguei o anzol, agora vamos ver a resposta na hora que a linha começar a puxar.

Manterei todos vocês informados sobre quais deputados responderam ao email, qual o posicionamento deles a esse respeito, farei uma análise por partido/região/gênero, e ficarei em cima para que desengavetem o projeto e o coloquem em votação.
Feito isto – Como diria a Clara da Ligia e do Frank: EU VOU CONSEGUIR! – Vou comparar o número de votos favoráveis, com os e-mails positivos que tenha recebido.

Segue o e-mail enviado aos engravatados de Brasília.

 “Caro Deputado,

Como cidadão cumpridor das minhas obrigações, e por acreditar que podemos mudar a realidade do nosso país através de representantes eleitos sérios e comprometidos com os interesses daqueles que o elegeram, lhe envio esta mensagem.

Solicito o vosso apoio para uma causa que tem sido constantemente postergada na câmara dos deputados.

Em 09/05/2012, foi apresentado à Câmera o Projeto de Lei N. 3831/2012, de autoria do Deputado Felipe Bornier (PDS-RJ), que prevê o aumento da licença paternidade dos atuais 5 dias, para 90 dias.

Este período é importantíssimo para que nós, pais ativos e participantes na gestação, cuidado e educação das nossas crianças, possamos dar todo o suporte às nossas companheiras nos primeiros meses de vida dos nossos filhos.

Certo do seu compromisso com o bem comum, solicito seu total apoio nesta causa que beneficiará não apenas um grupo da nossa sociedade, mas todas as famílias brasileiras.

Cordialmente,

David Mattos.”

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Por um mundo com mais hippies, baderneiros e vagabundos!



Educação é a chave para tudo!
Ao meio dia assistimos uma reportagem mostrando o estado calamitoso que se encontram as escolas estaduais, totalmente insalubres, inseguras, inadequadas para receberem crianças e adolescentes.

A noite, assistimos reportagens sobre ônibus sendo incendiados, falta de segurança e uma total inoperância das forças públicas em tomarem atitudes que resolvam a situação.
As duas coisas estão intimamente ligadas. A reportagem da noite é consequência direta da reportagem do meio dia. Mas vivemos reféns de um governo que sucateia a educação e finge que está tudo bem com a segurança, não assume a responsabilidade por nada, apenas aceita passivo os infortúnios a que a população está passando. E a passividade se incorpora na nossa cultura como um ranço, uma sujeira que de tão impregnada, nos enche de preguiça de esfregarmos com força, talvez doa, mas estar limpo é necessário, é o mínimo.

Por que falo isso no meu blogue de paternidade?
Por que para ser o pai que a Clara merece, preciso melhorar o cidadão que tenho sido. Eu a trouxe a esse mundo, tenho a obrigação de melhorá-lo de alguma forma.

Acontece que a nossa cultura da passividade, critica e condena qualquer movimento que se oponha ao status quo da pasmaceira em que vivemos.
Nossa cultura passiva que aceita quieta quando o governador aparece sorrindo dizendo que está tudo sob controle, logo após o repórter noticiar o centésimo atentado terrorista em quinze dias, é a mesma que propaga a cirurgia cesariana como uma maneira normal de se nascer.

Não é.
A aceitação acomodada destas duas falácias, advém da nossa passividade em não nos educarmos a respeito de tudo o que está acontecendo de grave ao nosso redor, e fingimos que é assim mesmo que tem que ser, pois mudar dá muito trabalho.

Nada está sob controle, nada está tranquilo, toque de recolher do transporte público não é normal, tanto quanto bisturis e intervenções de toda sorte(ou seria azar?) também não são a maneira ideal de se trazer uma criança ao mundo.
Por que misturei as coisas?

Por que me dei conta que as mesmas pessoas que chamavam de vagabundos e baderneiros os estudantes que se mobilizaram, tiraram suas bundas das cadeiras e foram às ruas reivindicar um bem para toda a coletividade, combatendo as abusivas políticas de preço das empresas de transporte público na grande Florianópolis, são as mesmas que hoje me chamam de hippie e alienado pela minha defesa do parto natural e humanizado.
O cerne dos dois problemas é o mesmo: EDUCAÇÃO!

Não nos instruímos a respeito, não fomos ensinados a refletir e a ponderar. Aprendemos simplesmente a aceitar o que se tem estabelecido como senso comum e ponto final. Não é assim que deve ser. Devemos pensar, devemos questionar, devemos dizer, contradizer, devemos agir.
Os interesses única e exclusivamente econômicos fizeram a grande maioria da população acreditar que uma intervenção cirúrgica é melhor do que algo natural. O médico que te sugere marcar a cirurgia cesariana, não está preocupado com o seu bem estar, está preocupado com ele, com o próprio bolso, única e exclusivamente com seus interesses pessoais. A cirurgia cesariana só é melhor do que um parto natural em duas situações:

1 – Para o médico que está cagando e andando para o fato de que aquele é um momento da mãe, do pai e da criança, e pensa apenas na sua comodidade e no ganho financeiro em escala;
2 – Quando um dos dois reais protagonistas, mãe ou bebê, correm alguma espécie de risco.

Mas nos disseram outra coisa.
Disseram para a mamãe que ela pode escolher o signo e até o ascendente do seu bebê, veja só que coisa boa, basta ela agendar a data do nascimento.

Ninguém falou que se a criança nascer com data e hora marcada, ela está nascendo prematura. Não disseram que a última etapa do desenvolvimento do aparelho respiratório da criança é exatamente o nascimento, e antecipar o momento em que ambos os corpos – mãe e filho – determinariam como correto, vai ocasionar naquela criança uma probabilidade infinitamente maior de desenvolver uma série de problemas respiratórios do que uma criança nascida naturalmente.
Disseram que gravidez planejada envolve também o planejamento do parto, a mãe pode escolher o dia do nascimento da vovó para a nova netinha, ou o pai pode coincidir o nascimento do filho com o aniversário do seu time do coração. Que legal!

Ninguém falou que através de uma intervenção cirúrgica agendada, a mãe vai ter muito mais dificuldade de amamentar. Ninguém falou que o corpo da mãe está maturando junto com o da criança, e que a ocitocina liberada na hora do parto será uma das grandes responsáveis pela produção do leite, liberará a prolactina para que a mãe possa iniciar de uma maneira mais tranquila e menos dolorosa, o lindo gesto da amamentação.
Ao invés de alertarem a mãe que uma cirurgia cesariana vai dificultar bastante o início da amamentação, disseram que o hospital oferece um ótimo leite em pó para o bebê.

Disseram que parto normal dói e que a cesariana é ótima, a mulher não sente nada.
Ninguém falou que a maior parte da dor está ligada a relatos de mulheres que sofreram inúmeras violências obstétricas, intervenções desnecessárias, sofreram muito com isso e foram convencidas de que aquilo era parto normal. Ninguém falou que não precisa ser assim.

Ninguém falou que cesariana é uma cirurgia, e como tal, traz consigo um alto risco de contaminação, de infecção hospitalar.

Hoje, seis meses depois de ter engravidado, fico com pena quando ouço alguém dizer que vai se submeter a uma cesariana eletiva. Por vários motivos.

Por que não tiveram acesso às informações que estou tendo.
Por que médicos gananciosos, inescrupulosos e obsoletos as convenceram de que aquele é o melhor caminho.

Por que aceitaram passivos o que lhes foi passado por senso comum, sem questionar, sem averiguar, sem observar com empatia o outro lado da moeda.
E talvez alguém que esteja aí lendo e que defenda a cirurgia cesariana, esteja pensando que eu não estou sendo empático para tentar entender os motivos desta opção.

Pelo contrário, eu não só exercitei o me colocar no lugar do outro, como eu estive no outro lugar.
Até engravidarmos, nem no meu pior pesadelo cogitaria um parto natural. Defendia a cirurgia cesariana e ponto final.

Mas, ao engravidar, veio a necessidade de me instruir a respeito de tudo o que cercaria a chegada da minha filha, e nisso, eu me eduquei. A Priscilla teve a generosidade de me pegar pela mão e me conduzir num mundo que eu não fazia ideia que existia, me ensinou, me mostrou através de livros, textos, artigos, pessoas, profissionais, o quão equivocada era a minha concepção de nascimento.
E sim, hoje, me tornei um “hippie chato alternativo” para muitas pessoas.

Tanto quanto há alguns anos, aqueles que ainda hoje são rotulados de baderneiros e vagabundos por muita gente, garantiram a estas mesmas gentes o direito de transitarem de ônibus pelas ruas e avenidas da nossa cidade com um valor de tarifa bem menor do que aquele que pretendiam praticar  a prefeitura e empresas de transporte público.
Precisamos nos instruir, precisamos nos educar.

Assim, na hora de votar saberemos fazer nossas escolhas de maneira mais acertada.
Opções de gestores públicos melhores do que as que hoje temos, hão de surgir se todos nos educarmos mais e melhor.

Parecem assuntos totalmente distantes um do outro, mas não são tão longínquos assim, ambos caem no erro pela passividade e falta de educação.
Não se permita deitar no conforto da passividade. Se instrua, leia, busque, se informe.

O que está prestes a acontecer na sua vida não é uma coisa qualquer, é o seu filho que vai chegar. A maneira como você vai recebê-lo, fará uma grande diferença na vida dele desde o primeiro momento fora da barriga da mamãe.
Nascer é algo muito mais bonito do que um médico que segura numa das mãos o bisturi, e na outra ergue o seu filho de cabeça para baixo, segurando-o pelos pezinhos. Seu filho não é um pedaço de carne qualquer, não é uma paleta, um coxão mole, uma alcatra. Ele é seu filho, preserve isso.

Unamo-nos, hippies, alienados, baderneiros e vagabundos, no fim das contas, somos nós que mudaremos o mundo para melhor.
Botemos o nosso bloco na rua!

"Para mudar o mundo, é preciso mudar a forma de nascer"
Michel Odent

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

6 Meses!!! Quesito evolução: DEZ, NOTA DEZ!


Parece que foi ontem que vimos naquele palitinho duas fitas cor de rosa, mas nossa filhota já está com 6 meses de vida dentro da barriga da mamãe!!! 2/3 da nossa gravidez já passou, e agora entramos no último trimestre, em pouquíssimo tempo, daqui três meses já teremos nossa menina nos nossos braços!

Para celebrar os 6 meses da nossa Clarinha, ontem fizemos o nosso segundo ultrassom. Que orgulho da nossa menina!
Ela está linda, perfeita, tirou nota 10 em todos os quesitos e termina o carnaval como a grande campeã do papai e da mamãe. Sua evolução foi muito melhor do que Vila Isabel, Mangueira, Unidos da Tijuca, Beija-flor, mais do que todas as escolas juntas, ganhou com louvor o Estandarte de Ouro do médico ultrassonografista.

E na avenida da barriga da mamãe, desfilam 30 centímetros e 616 gramas de puro charme, elegância e uma beleza de tirar o fôlego! Nossa filhota tá uma mocinha feita! Conseguimos ver com detalhes toda a nossa pequena, seus pezinhos, mãozinhas, o rostinho e – sou obrigado a admitir sem falsa modéstia – ela é a cara do papai!

 

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

23 semanas, o quinto pré-natal e a dieta do papai.

Hoje nossa Clarinha completa exatas 23 semanas, e para comemorar o seu aniversário de mais um mês de vida na barriga da mamãe, fizemos também nosso quinto pré-natal.
A cada pré-natal, é mais emocionante escutarmos o coraçãozinho da nossa menina, cada vez batendo mais forte e alto, hoje em ritmo de samba, esquenta para o carnaval.

Na consulta anterior fizemos uma verdadeira sabatina com o Dr. Marcos Leite, tínhamos lido tanta coisa que milhares de dúvidas haviam surgido. Ele nos esclareceu todas com a maior calma do mundo. Hoje, a consulta foi com o filho dele, Dr. Pablo Queiroz, tínhamos também algumas dúvidas, mas nada perto da infantaria pesada que despejamos no Marcos Leite.
Dúvidas devidamente esclarecidas, medições de rotina realizadas e nós três completamos mais um mês com um excelente aproveitamento, Clarinha crescendo no ritmo certo, a Pri ganhou o peso exato que uma grávida saudável deve ganhar – 1 kg por mês – pressão em dia, tudo nos conformes, nota 10 para minhas meninas, cada dia mais lindas.

Agora, 10 com 3 estrelinhas, perdoem minha falta de modéstia, quem merece sou eu!!!
Eis que desde a última consulta, resolvi entrar numa dieta para chegar no nascimento da Clara em forma, sem esta famigerada barriga que tem me acompanhado nos últimos meses.

No nosso pré-natal de janeiro, eu estava com 82kg. Neste, já estou com 79,250kg, quase 3kg a menos em um mês, isso que nem consegui fazer exercícios em função do meu joelho podre, desde que caí de moto. Tudo apenas na base de readequação alimentar – já estamos com um cardápio super saudável e extremamente saboroso, para sermos bons exemplos e iniciarmos nossa menina numa alimentação legal -, corte de cerveja e refrigerante. A meta é estar com 72kg no nascimento da minha filhota. Ou seja, tenho que perder 1,8kg por mês, praticamente tenho que perder o peso que a Priscilla irá ganhar até o fim da nossa gestação, faremos uma troca. Além da dieta alimentar, solicitei ao médico uma requisição de exames para fazer um check-up geral e, assim, estarei em forma para deixar minha filha cheia de orgulho!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Camarada do Papai! - Pelo livre acesso às fraldas sujas dos nossos bebês!


Quando escrevi pela primeira vez falando sobre a licença paternidade, minha querida amiga Xixa me deu uma sacodida legal. Ela esfregou na minha cara toda a minha passividade e conformismo com tudo o que é estabelecido. Sim, sou assim, costumo reclamar sem fazer nada de mais concreto para que o que me incomoda mude, apenas reclamo.
Eis que, desde então, quando penso em algo que me incomoda, penso: “O que a Xixa faria?”, e busco um modo concreto de contribuir para que as coisas mudem de uma maneira positiva.

Dia destes postei no Facebook uma charge que escancarava o despreparo da maior parte dos estabelecimentos comerciais para receberem os Novos Pais. Embora alguns deles possuam o fraldário separado dos banheiros, na maior parte dos estabelecimentos o fraldário fica no banheiro feminino, o que impossibilita muitos pais de cuidarem dos seus filhos adequadamente.
E quando a mãe estiver comendo e o bebê precisar ser trocado?

E se o pai for sozinho com o seu filho ao Shopping e precisar trocá-lo?
E se for um casal gay, dois homens que adotaram uma criança, como farão?

Queremos participar mais, para tanto, temos que ajustar o mundo para que ele nos comporte. Nós, pais ativos, temos que reformar determinadas coisas no mundo para que possamos exercer plenamente nosso novo modelo de paternidade. Seja através de ideias ou ações simples e práticas como esta, exigirmos também o livre acesso aos fraldários do mundo!
Legal, discurso lindo, mas e de prático, o que será feito?

A partir deste final de semana eu, a Pri e a Clara iremos a alguns Shoppings, Supermercados e afins, da grande Florianópolis, e averiguaremos in loco quais estabelecimentos estão adequados à participação dos pais nesta que é uma tarefa simples, mas imprescindível. Fotografaremos todos, e colocarei aqui no blogue os que estão preparados para receberem os novos e participativos pais, e também aqueles que ainda não se adequaram a esta realidade.
A todos aqueles que não possuírem um fraldário acessível aos pais, enviarei um e-mail informando da limitação, solicitando alterações e, tão logo me respondam, publicarei também as suas respectivas respostas.

A todos aqueles que estiverem adequados e acessíveis aos pais, darei a maior honraria que a liga dos Novos Pais pode conceder à estabelecimentos comerciais, o selo: “Camarada do Papai!”
E aí, Xixa, tô melhorando?

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Gênesis

Um monte de gente estranha num barzinho.

No deck, o carinha está sozinho na mesa, pensando em terminar rápido a cerveja que pediu para celebrar a chegada das suas ansiadas férias, pois há um rapaz com violão em punho contratado para entreter os clientes que insiste em rechear seu repertório com os maiores sucessos do sertanejo universitário e reggae-gaúcho-mela-cueca. Que porra eu tô fazendo aqui?, pensa o carinha.
Nisso, chega uma turma animada, saindo da faculdade que fica em frente ao barzinho, happy hour, é sexta-feira, oras, eles merecem uma cervejinha depois de uma semana tão puxada.

Não há mais mesas disponíveis no deck, a turma se acomoda em mesas de plástico enfileiradas no corredor da galeria comercial onde fica o barzinho.
Na turma há uma menina de cabelos cacheados e óculos de aro verde.

Eu conheço aquela ali, pensa o carinha. E, no mesmo instante em que pensa isso, pensa também que pode ser interessante ficar mais um pouquinho, apesar da trilha sonora pouco apropriada para suas malévolas intenções.
O carinha saca um guardanapo, pede uma caneta para o garçom, escreve o seu nome e logo abaixo do nome: “Teu futuro marido: 9128-XXXX”.

O garçom leva o guardanapo para a menina, ela o recebe com surpresa, lê, dá uma risada, olha como quem pergunta: “que porra é essa?”, e o garçom aponta para o carinha. O carinha ergue o copo de cerveja como quem sugere um brinde. Ela ri, também o reconhece. Faz tempo, mas lembra bem quem é.
Cantadinha safada, né?

Coisa de bêbado bagaceiro de boteco, né?
Mas, vou te dizer, ela não só guardou o guardanapo, como ligou para o carinha.

Acredite se quiser, onze meses depois daquela sugestão de brinde no boteco, ambos entrelaçavam os braços para brindarem com espumante o casamento consumado, cercados por seus familiares e alguns poucos e especiais amigos.
Doze meses depois daquela insinuação de brinde, lá no boteco, um mês após o brinde de espumante no casamento, ambos brindaram sozinhos com saquê, na sacada do apartamento provisório, pois decidiram que estavam prontos e iriam sim ter um filho, apesar do tempo aparentemente curto desde o bilhete rabiscado no guardanapo.

Quinze meses depois daquela insinuação de brinde, lá no boteco, quatro meses após o brinde de espumante no casamento, três meses após o brinde de saquê na sacada, ambos brindaram com coca cola no apartamento improvisado, pois surgiram dois tracinhos cor de rosa no exame comprado horas antes na farmácia, o que indicava que já não eram apenas os dois, havia uma terceira pessoinha ali, junto deles, naquele apartamento provisório.
Historinha mais água com açúcar, né? Parece esses romances bobos de rodoviária.

Eu sou o carinha, muito prazer.
A Pri é a menina de cabelos cacheados e óculos, embora hoje já tenha trocado a cor da armação.

A Clara, os dois tracinhos cor de rosa no exame de farmácia, hoje uma moça de quase vinte centímetros dentro da barriga da mamãe.
E quando ela disse com os olhos cheios de lágrima, saindo meio atordoada do banheiro: “Meu amor, estamos grávidos!”, foi muito mais legal do que quando deus disse: “Faça-se a luz”.

A gente não precisou de barro nem de costela para fazer surgir a vida, só de amor e um guardanapo.