terça-feira, 30 de outubro de 2012

O nome da menina

Embora eu e Priscilla estejamos casados há pouco tempo e grávidos a apenas dois meses, o nome da menina está decidido faz tempo!

O nome foi escolhido, para ser exato, em 1993. Priscilla tinha 5, 6 anos, ainda morava em Porto Alegre e provavelmente nem fazia ideia de como é que os bebês nasciam. Eu, então com 14 anos e morando em Nossa Senhora do Desterro, daria risada se me dissessem que um dia casaria com uma mulher oito anos mais nova.
Mas, ainda que Florianópolis estivesse muito mais “Longe demais das capitais” do que Porto Alegre, coincidentemente foi de lá, onde estava Priscilla, que veio o nome da filha que agora iremos ter.

Como já disse no texto “Trilha Sonora”, tive minha época de fã fervoroso dos Engenheiros do Hawaii. Eu fã do trio gaúcho, meu irmão fã do Raul Seixas, dizíamos na época que, tivéssemos filho homem, o dele se chamaria Raul, o meu Humberto. Ainda bem que não engravidei ninguém naquela época. O filho do meu irmão não se chama Raul, mas há uma subjetividade envolvida, ele se chama Pedro. Sacou? Não? Busque a resposta no disco “A Panela do Diabo”, de Raulzito e Marecelza.
Enfim, tinha decidido o nome do filho, “Humberto”, mas não poderia chamar uma eventual menina de “Humberta”. Mas, como bom fã, tinha que encontrar uma maneira de prestar minha homenagem ao trio gaúcho, logo, decidi então que o nome da minha filha seria “Ana”, menção direta a música “Refrão de Bolero” (Lembra? “Ana, teus lábios são labirintos Ana...”). Mas eis que em 1992, Humberto se tornou pai e trouxe ao mundo a Clara. Logo, adaptei o nome da filha que teria para: “Ana Clara”.

O tempo passou, algumas namoradas vieram, umas aceitavam minhas sugestões, outras tinham preferências diferentes, outras não me levavam a sério (estas estavam certas), mas o tempo passou, e nem por isso deixei de achar os nomes bonitos.
Hoje já não me considero mais um fã dos Engenheiros do Hawaii. Na verdade deixei de ser pouco tempo depois da história contada acima, em 1994, quando o trio deixou de existir, para mim não fazia mais sentido as milhares de formações que se sucederam ao trio clássico, me desinteressei pelo som de Humberto Gessinger e seus asseclas.

Contudo, entretanto, porém e todavia, continuei achando ambos os nomes muito bonitos, independente da relação que tiveram com o David adolescente de 93, através da banda que estampava praticamente todas as camisetas do guarda-roupa do menino magrelo de cabelos amarelos e, do nome que havia imaginado quando pirralho, excluímos o Ana e, assim sendo, nossa filha chamar-se-á: CLARA!
Sim, eu sei, indo de encontro com o que disse no texto de ontem, tadinha, será vítima de uma série de apelidos: “E aí, a tua irmã não vem? Que irmã? A Gema!”; “E aí Clara, cadê a escura?”, mas achamos o nome lindo, e assim como Vinícius remete a bossa-nova, Clara também esteve lá na bossa nova, cantando para o mar serenar. Nossa Clarinha, nossa pequena sereia vem pisar na areia do nosso mar para serenar nossas vidas!



segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O nome do menino

É difícil, eu sei, mas esqueçamos a inevitável tristeza que acordou com as pessoas sensatas de Florianópolis, após a vitória nas urnas do fantoche César Souza Jr. Triste, revoltante, mas foi a decisão da maioria, que seja então respeitada. Que ele nos surpreenda a todos e faça uma gestão fantástica, que cumpra suas 83 promessas absurdas e nossa Beverly Hills se orgulhe de ter eleito um cara que não fez nada para merecer o posto que agora ocupará.

Enfim, vida que segue...

Eis que no meu último post, Bruna Rafaella – minha querida fã número único – questionou se havíamos escolhido os possíveis nomes para nosso bebê, seja ele menino ou menina.

Sim, escolhemos, e diferente de boa parte dos casais que conhecemos, não tivemos trabalho ou dúvidas. Na verdade os nomes estão escolhidos mesmo antes de começarmos a tentar engravidar. Falarei hoje do nome do menino, amanhã, da menina.
Sugeri que o menino se chamasse Fernandes Abimael, homenagem a grandes ídolos do Figueira, mas a Priscilla não achou lá um nome muito bonito, não sei por quê...

Poderíamos também homenagear os avós, sendo menino: Abelardo Adriano, sendo menina: Nanci Teresinha, mas achamos melhor não rumarmos para esse lado da homenagem familiar.

Brincadeiras a parte, foi um nome que escolhemos em comum acordo, quase que espontaneamente, um nome que adoramos e traz consigo muita inspiração, digamos assim.
Mas, antes de revelar o nome, vamos às reflexões que se faz quando realmente descobrimo-nos grávidos e, a partir de então, escolher o nome não é mais brincadeirinha de casal de namorados, agora um serzinho vai nascer e carregará pra sempre a sina do nome que escolhermos.

Quando escolhemos um nome, primeira coisa que se pensa – ou que eu pensei – é nos prováveis apelidos que a criança há de receber ao longo da sua infância e adolescência. Outra coisa que se pensa, é na lista de chamada da escola. Se for uma letra do início do alfabeto, a criança terá a vantagem de ser uma das primeiras a responder a chamada, e poderá sair mais rápido da sala de aula do que o seu amiguinho Wellington, por exemplo. Mas há o revés deste benefício, o ônus do bônus. Numa prova oral, enquanto o Wellington terá ainda um bom tempo para ficar rememorando a matéria, a criança do início do alfabeto já estará em pé na frente da cruel professora para sua sabatina escolar.
Mas enfim, falemos do nome do menino, caso minha intuição me passe uma rasteira e não se confirme a minha previsão de uma menina. Nosso filho terá mais tempo para estudar em caso de prova oral, mas terá que esperar mais do que os outros colegas para sair da sala de aula. E, caso ele puxe o pai, esse tempo extra para os estudos será preciosíssimo, ele há de me agradecer por isso um dia!

Sendo menino, nosso filho se chamará: VINÍCIUS! Sim, homenagem ao poetinha, um dos primeiros interesses em comum que descobrimos ao nos conhecermos, suas músicas e poesias.
E, neste ponto, irei romper com uma secular tradição da família Mattos: a dos nomes compostos. Sabe-se lá por que, alguém definiu há alguns séculos atrás, que as pessoas nascidas na família Mattos deveriam ter nomes compostos, com combinações que nem sempre combinam tanto assim, mas sabe como é, tradição é tradição.

A saber, vamos a algumas belas combinações da minha família:
Abelardo José (meu pai)

Paulo Tarcísio (meu tio preferido que desgraçadamente não me tem por sobrinho preferido)
Dário Antônio (tio)

Maria Salete (tia)
Izabel Cristina (irmã)

Deyse Beatriz (irmã)
Maryanne Teresinha (irmã)

David Ricardo (eu)
Josué Henrique (irmão)

Após a geração minha e de meus irmãos, vieram os sobrinhos e, a partir deles mais uma tradição se somou a esta que já havia, sendo homem, o segundo nome há de ser “Henrique” e, assim, nasceram:
Gustavo Henrique

Thiago Henrique
Pedro Henrique

Ou seja, como já deve dar para supor, mal apresentamos para a família que, sendo menino, chamar-se-á Vinícius, minha mãe de imediato bradou: “Vinícius Henrique, né?”.
Não, mamãezinha querida do meu coração, seu mais novo netinho, caso seja um netinho e não uma netinha, não irá se chamar Vinícius Henrique, mas sim: Vinícius. Vinícius Rebello da Silva Mattos.

E, convenhamos, neste caso não há mesmo a necessidade do nome composto, pois Vinícius é um nome tão bonito, que já vem no plural!

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Novos tempos, novas dúvidas


Ontem a noite, deitados na cama e inevitavelmente conversando sobre nosso bebê, começamos a conjecturar as possibilidades sobre o futuro da nossa menina.

Sim, menina, estou tão convicto que será menina – embora ainda esteja longe a data do ultrassom revelador– que já estou quase convencendo a mamãe de que de fato o que nos aguarda são vestidinhos, tiarinhas e sapatilhas.
Enfim, conversávamos sobre as várias possibilidades, com indagações do tipo:

“Será que ela vai estudar administração como o papai, psicologia como a mamãe ou alguma outra coisa que nunca nos ocorreu?”
“Será que ela vai querer festa de quinze anos?”

“Será que ela vai querer viajar para a Disney ao invés da festa?”
“Será que ela vai ser canhota?”

“Será que ela vai ser destra?”
“Será que vai ter os olhos verdes da mamãe, castanhos do papai ou azuis do vovô?”

“Será que vai gostar de escrever?”
“Será que vai seguir alguma religião?”

“Será que vai gostar de cozinhar?”
“Será que vai querer casar na igreja?”

E foi exatamente neste ponto que nos ocorreu uma dúvida que, há alguns anos, muito provavelmente não seria cogitada pelos pais que aguardam a expectativa da chegada de um herdeiro (a).
Priscilla olhou para mim, fez aquela breve pausa, o silêncio que antecede as grandes questões da humanidade, e disse:

“Será que ela vai gostar de homem???”
Pois é, novos tempos, novas dúvidas...

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Coadjuvante



Buenas!

Demorei um pouquinho para voltar aqui devido a estrondosa repercussão do meu último texto. Olha, estou me achando quase uma destas sub-celebridades da web depois que resolvi acariciar com palavras os dois candidatos à prefeitura de Florianópolis. Estou até agora estupefato, não esperava tamanha audiência! Tive na tarde de ontem, após a divulgação do texto no Facebook dos meus amigos Jean Mafra e Rafael Lange, mais acessos do que nos últimos dois meses! Como deixei claro no fim do texto, o objetivo deste blogue não é tratar de política, e sim da espera pelo meu bebê que há de chegar em junho do próximo ano, mas apenas para encerrar o assunto, faço mais duas observações sobre o caso:
1 – Antes de publicar o texto, ainda no primeiro turno, enviei email para os dois candidatos questionando sobre algumas das propostas que trato no post, nenhum deles me respondeu.

2 – Ontem, dia 24/10, ambos os candidatos confirmaram presença num debate que seria realizado na Associação Catarinense de Medicina – ACM. Nenhum dos dois compareceu.
Vamos ao que (me) interessa!

Oito semanas, nosso bebê está a todo vapor dentro da linda barriguinha da mamãe! Pálpebras, orelhas, lábio superior e a pontinha do narizinho que há de ser o mais lindo de todos, estão em avançada fase de formação. Os incipientes bracinhos e perninhas já mostram mini-cotovelinhos e joelhinhos. Nas suas extremidades, pequenas pontinhas que em breve serão os dedinhos do nosso bebê. A mamãe tem sofrido diariamente com os enjoos e vômitos, ela sofre e eu fico sadicamente feliz, pois sei que isso significa que com o nosso bebê está tudo ótimo! Faço o que posso para ajuda-la com as coisas da casa, ainda que tarefas domésticas não sejam exatamente um talento meu, mas tenho me esforçado.  Os desejos, por enquanto, estão tranquilos e bastante fáceis de serem realizados, como Big-Mac, galeto com polenta e pão de trigo com margarina.
Ela, a mamãe, está linda! Incrível como mulheres grávidas ficam com uma beleza toda diferente, especial. Talvez sejam meus olhos que se encantam cada vez mais sempre que penso que ali dentro dela estamos nós dois misturados, mas ela tem amanhecido rotineiramente mais linda do que estava no momento em que adormeceu.

Por que estou falando dela? Por que sei exatamente qual o meu lugar daqui pra frente: o de coadjuvante!
Pois é, meus caros, este é o papel que nos é reservado na beleza da concepção de uma nova criaturinha, o de coadjuvantes. Faz parte da vida, e por isso que ela é feminina, por que é bonita, delicada e sensível, como está cada dia mais a Priscilla.

Mas não afirmo minha coadjuvância com dor de cotovelo, pelo contrário, tenho muito orgulho dela! A nós, progenitores, nos resta assumirmos e interpretarmos da melhor maneira nosso papel, tomando todos os cuidados para sabermos que coadjuvante não é figurante.
É uma questão antropológica, eu diria. Homens são, por via de regra, os provedores, as mulheres as mantenedoras. Claro que em tempos modernos os papéis já não são fixos, a polivalência dos atores é indispensável em diversos momentos. Assim como no momento tenho que atuar não só como provedor, mas também como mantenedor, para que a mamãe tenha seus desconfortos minimizados o máximo possível, ela também em diversos momentos fez, faz e de certo fará, o papel de provedora sempre que necessário for.

Assim é a nossa vida a partir de agora, amigo, pra sempre coadjuvantes. Na cena de maior emoção desta super-produção, é para ela – a atriz principal - que as câmeras estarão voltadas, mas se perceber bem no enquadramento da câmera, apareceremos ali no cantinho, segurando a mão da grande estrela enquanto ela se contorce de dores, mucos e felicidade. Mas nada de desânimo, afinal de contas basta fazer nosso papel direitinho que ainda podemos, quem sabe, ganhar um Oscar pela nossa participação.
Mas não vá se empolgar com a história do Oscar, meu caro. A gravidez vai avançar, a barriga vai crescer, todo mundo vai querer acariciar a barriga da mãe na expectativa de um chute do bebê, mas por melhor que seja a sua atuação, ninguém vai acariciar o saco do pai com os olhos marejados por saber que foi de lá que o neném surgiu.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Politicando: Uma breve pausa no diário do papai, para falar das tias da creche



Houve um tempo, não muito distante, em que as campanhas políticas se davam entre postulantes à prefeituras, governadores, presidentes e afins. Hoje, não mais.

Não que os candidatos de outrora fossem melhores ou diferentes dos de agora, não existe muita diferença, mas se o conteúdo continua muito parecido, a forma sofreu uma considerável transformação.
Assistindo aos programas políticos dos concorrentes a prefeitura de Florianópolis, fico com a sensação de estar assistindo uma disputa para quem vai ser a nova tia da creche, e não um prefeito. O mote chavão é o carinho, e isso vem desde a última eleição presidencial, no embate entre Dilma e Serra. Ali se deflagrou uma nova maneira de vender aos eleitores a bunda que há de ocupar a cadeira máxima da administração pública, sela ela municipal ou federal.

Sinto vergonha do que vejo, dois candidatos fracos acusando-se mutuamente das mesmas mazelas, ao mesmo tempo em que tentam vender aos incautos eleitores a imagem de alguém carinhoso, amoroso e com verdadeira preocupação pelo município que seus egos pleiteia. Não quero um prefeito que me faça um cafuné, quero alguém com capacidade administrativa e coerência naquilo que propõem, qualidades que não vejo em nenhum dos dois candidatos, infelizmente.
Acompanhei alguns mandatos do Gean, quando vereador, e tinha sim bastante simpatia por ele.  Por transitar entre ONG’s de proteção animal, sei que ele já fez muito pelos animais abandonados e, para mim, isso é motivo suficiente para votar em um candidato a vereador. Não para prefeito, mas sim para vereador, cujo mandato deve ser pautado na fiscalização do que se faz na prefeitura, além de apoio a determinadas causas. Contudo, ainda que ele me parecesse uma boa opção lá no início da campanha eleitoral, essa imagem se dissolveu em meio a uma série de propostas incoerentes e, principalmente, pelo padrinho que traz consigo referendando sua campanha. É muito difícil crer na integridade de alguém apoiado pela família Berger. E você, eleitor dos Berger, pode dizer que Dário realizou um monte de obras, o que eu não nego, não há como negar, de fato muito foi feito, mas o que me assusta é o quanto elas custaram aos municípios de São José e Florianópolis. A família Berger, mesmo antes do ingresso na política, era proprietária da empresa Casvig, sede em São José com atuação nas áreas de limpeza, conservação e segurança. Quando Dário Berger ingressou na vida pública, a Casvig era uma única empresa. Contudo, desde que Dário assumiu a prefeitura de Florianópolis e Djalma – seu irmão -  a prefeitura de São José, Jesus voltou pra terra, mas ao invés de multiplicar pães e peixes, multiplicou empresas de segurança. Num fabuloso case de sucesso administrativo e modelo de gestão voltada para os resultados, o grupo Casvig adquiriu a Orsegups, assumiu como identidade principal esta segunda marca e, além dela, adquiriu também as empresas:  Back, SLC, Proserv, Profiser, Visal, e três diferentes ramificações da Orsegups, ou seja, o que era uma empresa, transformou-se em nove empresas do mesmo setor. Deste modo, está preservada a livre concorrência para todo e qualquer processo licitatório, uma beleza! Atenção, não estou afirmando que houve um caso de enriquecimento ilícito, por favor, estou apenas demonstrando toda a minha admiração diante deste belo case de sucesso, ainda mais pela formação que tenho, fico realmente admirado com a capacidade de administradores conseguirem gerir municípios e, em paralelo, demonstrar tanto êxito na iniciativa privada. Louvável, sem dúvidas, louvável!

Não bastasse o apadrinhamento, Gean se afunda em propostas mirabolantes e inconsistentes, tais como:

·         1 tablet por aluno do ensino fundamental. Fica a minha dúvida: PRA QUÊ????? Diz o candidato que 16.000 tablets serão adquiridos com R$5.000.000,00, ou seja R$312,50 cada equipamento. Contudo, por este valor é impossível adquirir este tipo de dispositivo móvel que tenha aplicativos educacionais. Para que se pudesse aproveitar a infinidade de aplicativos excelentes que existem nesta área, os tablets teriam que ser da HP ou Apple, o que significa que não sairiam por menos de R$1.000,00 (com muito choro na hora do desconto) cada peça, fora os aplicativos. Contudo, antes disso seria necessário que cada sala tivesse uma lousa digital, detalhezinho importante que não está previsto na proposta de Gean. Antes das lousas, seria imprescindível que os professores da rede municipal de educação tivessem um belo treinamento de como utilizar o tablet, como extrair dele tudo o que ele pode oferecer ao processo de ensino-aprendizagem dos alunos, mas esse detalhezinho também não está previsto na proposta. Uma maneira de torna-la interessante, seria na possiblidade de todo o material didático utilizado pelos professores das diferentes disciplinas estar disponível em meio virtual, para que os alunos pudessem baixa-los e deixar de lado as pesadas apostilas que são obrigados a carregar cada vez que vão até suas escolas. Mas este material não existe, não é interessante para as editoras – também subsidiadas pelos governos – desenvolver estes materiais em meio virtual, pois perderão tudo o que ganham com a impressão dos livros, cartilhas e apostilas;

·         Passe livre para os alunos. Há oito anos o governo cuja continuidade é defendida por Gean Loureiro, declara-se contrário a esta iniciativa, tendo inclusive reagido com violência, uso de força policial contra estudantes que se manifestaram em busca deste benefício em diversas oportunidades. Uma proposta que soa como deboche, principalmente quando aparece na televisão com um papel descrevendo tal proposta, assinado por ele e seu vice com as respectivas assinaturas reconhecidas em cartório. Algo de tanto valor quanto o Serra assinar em cartório um documento prometendo que permanecerá no seu mandato até o fim, todos sabem que não será cumprido. Gean alega que a verba para a gratuidade do transporte coletivo estudantil será bancada com o dinheiro de um Fundo Municipal para tal fim, com verbas advindas de multas e afins. Aí é que o deboche fica mais explícito, pois talvez o cidadão menos informado não saiba, mas para se alterar o destino de uma determinada verba que já faz parte do orçamento do município, é necessário que um projeto de lei seja votado e aprovado pela câmara dos vereadores, sendo que o orçamento para o próximo ano já está definido, supondo que os vereadores aprovassem esta alteração, ela só valeria para o exercício de 2014;

·         Num dos programas da televisão, Gean diz que vai construir um Pronto Atendimento Infantil (PAI), com o orçamento já aprovado de R$3.000.000,00. Meus amigos, uma clínica particular para atendimento emergencial não é possível de ser erguida por este valor, imagine uma pública. Ok, suponhamos que sejam bons em negociação, e consigam uma edificação com instalações ideais por este valor, mas e os equipamentos? E os profissionais? E os itens de consumo, de onde virá o recurso?
Poderia ficar aqui horas discorrendo sobre as incoerências da proposta pemedebista, mas já me alonguei e ainda quero tratar do outro candidato.

Espero que não tenha parecido que estou fazendo campanha para o Cesar Souza Jr., pois lhes digo, apesar de tudo o que disse acima, se votasse em Florianópolis (eu voto em São José), não hesitaria um minuto, meu voto seria do Gean.

Poucas vezes me deparei com um candidato tão fraco, tão superficial, tão fantoche de um grupo político como é o César Souza Jr.

Cesar Souza iniciou sua campanha a prefeitura se vendendo como o paladino da cultura, devido sua vibrante atuação frente a Secretaria da Cultura do estado. Sua primeira bandeira foi a reativação do Centro Integrado de Cultura (CIC), que estava há três anos abandonado a uma reforma interminável, e que ele, só ele, arregaçou as mangas e foi lá fazer a coisa andar e, graças a ele, finalmente tudo se resolveu. Curioso notar que a interdição para reforma se deu anteriormente a posse de Cesar como secretário da cultura, e sua parcial conclusão posterior ao dia em que deixou a pasta. Algo como dizer-se pai de uma criança que ele não viu nascer nem crescer, e cuja mãe ele nunca comeu. Mas não sejamos intransigentes, consideremos que Cesar tenha sim seus méritos na liberação do CIC, assim sendo, deve também explicar a população por que uma obra orçada inicialmente em pouco mais de R$2.000.000,00 e com conclusão prevista para um ano após o início, custou mais de R$6.900.000,00, e levou mais de três anos para ser parcialmente concluída e, ainda assim, com uma série de falhas na sua execução. Curiosa a coincidência de todo o alarde que foi feito pela RBS no momento da reativação do CIC – justo no momento em que Cesar Souza levantava tal obra como sua principal bandeira – e pensarmos que foi a secretaria comandada por ele que destinou uns bons milhões de reais para realização dos eventos DC Donna Fashion e Planeta Atlântida, sem dúvidas um ótimo destino para o dinheiro público reservado a cultura.

Cesar Souza não é um gestor público, ele é um apresentador de auditório. No lugar dele, me candidataria para o lugar do Celso Portiolli, não para prefeito de uma capital.

A principal proposta de Cesar são pracinhas públicas. Não estou dizendo que elas não são importantes, elas são essenciais para que as comunidades tenham uma área pública de lazer onde possam levar seus filhos, passear, enfim, essas coisas que se faz para evitar o Faustão aos domingos, mas não podem ser a principal proposta de quem quer ser prefeito. Mais do que isso, nas praças que ele fez enquanto secretário, vale lembrar que o seu uso é cobrado, ou seja, privatizou o parquinho das praças.

Cesar Souza não tem propostas de verdade, diz que vai acabar com as filas nas creches, sem dizer como. Não vi, seja dele ou de qualquer outro candidato, um plano coerente apresentando o cronograma de ações para que a fila seja, se não terminada, ao menos reduzida. Um plano de metas e prazos, tantas vagas, em tantos meses, mais tantas nos meses subsequentes, em tais bairros, com tal recurso, nada, nenhum planejamento sério apresentado.

Cesar chegou ao absurdo de dizer que duplicaria a rodovia Diomício de Freitas, que dá acesso ao aeroporto. Faltou explicar de que modo faria uma duplicação sobre o mangue, pois aquela é uma das maiores reservas ambientais da nossa cidade, como seria a desapropriação, se a maior parte das margens da rodovia é tomada por comércio. Ele não esqueceu do fato que aquela é uma rodovia federal, mas disse todo cheio de si, “Sei que é Federal, mas se o governo não fizer, vamos fazer e tá acabado!”. Lindo, corajoso, herói dos manezinhos! Tão ridículo como dizer: “Não interessa se a constituição não permite, em Florianópolis a maconha está liberada!”. Cada macaco no seu galho, César. Se a Dilma não quiser, você não faz, é assim que funciona.

E por falar em absurdo, o herdeiro do carnê da Casa Feliz promete em sua campanha que colocará para circular em Floripa um caminhão equipado com equipamentos de exames de alta complexidade, tais como ressonância magnética e tomografia computadorizada. Isso, pois muito provavelmente Cesar Jr. confia muito no tal do "tapete preto" de Dario Berger. Uma espécie de tinta guache preta que ele passa sobre os buracos em época de eleição. Estes equipamentos possuem uma calibragem muito delicada, um ajuste muito fino, o menor impacto sobre uma máquina destas e o exame perde totalmente a sua credibilidade, sendo que a assistência para este tipo de equipamento é feita somente no exterior, custa caro e demora, não a toa tantos hospitais ficam meses com equipamentos desta natureza parados por falta de manutenção. Agora, se com tais equipamentos parados a manutenção já é complicada, imagine com eles em movimento sobre nossas belas e esburacadas ruas.

Após o desespero de sentir as gélidas águas da derrota iminente ferir-lhe a delicadeza dos glúteos, César tem dedicado todo o seu espaço no horário político a fazer ataques ao outro candidato, um desespero de causa de dar dó. A velha estratégia de convencer o cliente a adquirir o seu produto não por que ele é bom, mas por que o do concorrente é ruim. César não apresenta soluções, não traz novidade, não sabe do que fala, é superficial e muito fraco, dá pena. O debate do primeiro turno, não sabia se ficava comovido pela surra que levou, ou simplesmente me divertia com seu olhar perdido. Optei pela segunda alternativa. Cesar levou uma surra tão grande da então candidata Angela Albino, que não me lembro de algo tão acachapante numa disputa entre candidatos em pé de igualdade na preferência do eleitorado. Uma pena que ela tenha ficado de fora do pleito final, ainda mais observando as alternativas que nos restaram.

Enfim, não queria usar este espaço para esta finalidade, mas não me contive.

Amanhã voltamos a programação normal, a nós resta rezar para que os próximos quatro anos passem rápido e melhores opções nos surjam no período eleitoral. Chega de tias da creche, que venham gestores públicos de verdade, carinho eu tenho da minha esposa, do prefeito eu espero soluções.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Trilha Sonora

Sete semanas, já se formam as papilas gustativas, os canais auditivos e rins. O bebê já não é mais uma larvinha, já tem uma forma que se assemelha à humana – apesar do cabeçãozinho representar 1/3 do tamanho do mini-corpo – neste momento o bebê-larvinha vira um bebê-feijão (apenas para não copiar meus queridos amigos Fernanda e Adriano que, nesta fase da gestação da linda Leila, a chamavam de bebê-arroz). Nosso bebê-feijão já tem 2,5cm, baixinha igual a mamãe!

Alguém nos disse que o Bebê já é capaz de guardar em alguma parte do subconsciente do cérebrinho que se forma, sensações atreladas as músicas que os pais escutam. Passei a lembrar das várias trilhas sonoras que embalaram minha vida desde sempre, e em qual trilha sonora farei tocar para embalar os primeiros anos de vida do nosso bebê, até que ela possa definir suas próprias preferências musicais.

Comecei a pensar nisso por que, ontem, minha mãe me deu de presente um disco da Gigliola Cinquetti. Ok, você leitor mais novo talvez nunca tenha ouvido falar nela, mas lhe afirmo, esteve no Top 10 durante toda a década de 80, várias de suas músicas encabeçaram a lista dos maiores sucessos da casa localizada na rua João Câncio dos Santos, 74, Pantanal, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, residência da família Mattos.
Gigliola Cinquetti é uma cantora italiana, também se aventurou nas telas do cinema no final da década de 60 e possui músicas lindas! Talvez você não ache nada demais, ache música de velho, mas eu gosto muito. Desde ontem não paro de ouvir o disco que minha mãe me deu de presente, como é bom! Os arranjos de grande orquestra, a melancolia com que ela busca – e alcança – os acordes das músicas, a beleza delicada, embora forte, do idioma italiano. Cresci ouvindo Gigliola, Roberto Carlos e Padre Zezinho. Gosto muito dos três! Aí alguém me pergunta: “Padre Zezinho? Ué, tu não és ateu?” Sim, sou, mas não me impede de admirar muitas das coisas que ele fez e faz, algumas músicas muito bonitas e que, oras, fizeram parte da minha infância, me remetem a um tempo ótimo, e isso basta para que eu goste muito das músicas dele. Roberto Carlos é o Rei e  realeza não se discute, se reverencia.

No fim da infância, e pela maior parte da adolescência, foi minha irmã Dedê que formou o meu gosto musical. Foi ela quem me mostrou Pink Floyd, Led Zeppelin, Deep Purple, Raul Seixas, Barão Vermelho, Rita Lee, Lulu Santos entre vários outros. Foi a paixão dela pelos Engenheiros do Hawaii, que fez de mim mais um fã do então trio gaúcho. Não foi ela quem me mostrou Beatles, isso foi a minha irmã mais nova, Memé, quando me deu de presente um vinil do Let it be. Foi por essas referências que me apaixonei por música, por ver meu pai tocando violão que quis aprender também e, consequência disso, tive 34 milhões de bandas que não fizeram qualquer sucesso, mas serviram para me fazer conhecer alguns dos caras que ainda hoje estão entre os meus melhores amigos.
Enfim, sempre fui apaixonado por música, ainda sou, mas agora – voltando ao início do texto – fico pensando nas músicas que embalarão a infância do nosso bebê, e que no futuro ela lembre destas músicas com o mesmo carinho que eu lembro da Gigliola, que sinta a mesma sensação boa que eu sinto quando escuto aquelas músicas que hoje provavelmente interessam a pouquíssimas pessoas da minha idade.

O vovô Adriano, meu sogro, foi quem presenteou nosso bebê com o seu primeiro disco.
Uma importante observação sobre vovô Adriano. Ele adora U2, mas ele não é fã do U2, ele é devoto!

Como não poderia deixar de ser, o primeiro disco do nosso bebê é “U2 for baby”, com os grandes hits da banda tocados instrumentalmente para bebês. Este é o primeiro disco da trilha sonora do nosso bebê.
Outras muitas músicas virão, as primeiras escolhidas pro nós, outras tantas pela criança já cheia de vontade própria.

É provável que algumas das coisas que nosso bebê virá a escutar não me agrade, assim como meus pais nunca se interessaram pelos meus discos do Led Zeppelin, mas me comprometo aqui diante de vocês, prezados leitores, a respeitar o que nosso bebê ouvir. Contudo, mesmo ciente dos riscos que o livre arbítrio musical oferece, apenas rogo a São Bono de Dublin que afaste dos ouvidinhos da nossa filhinha qualquer tendência a Sertanejos Universitários e/ou qualquer outra coisa que esteja tocando na Band FM, amém.



(dedicada as mamães mais lindas do mundo: a minha e a do meu bebê!)

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Menino ou Menina?



Desde que nascemos somos coagidos por todo tipo de perguntas embebidas em cobranças e expectativas sobre o que queremos, somos, esperamos e faremos das nossas vidas. Basta aprendermos a delicada arte da comunicação que logo somos bombardeados com as inquisições sociais: “gostas mais da vovó ou do vovô?”; “gostas mais daquela vovó ou da outra vovó?”; “quem é a tia mais legal do mundo?”; “o que você quer ser quando crescer?”; “já decidiu para qual curso vai prestar vestibular?”; “tá na hora de noivar, não acham não?”; “quando vão marcar o casamento?”; “agora que já estão casados, quando vem o primeiro filhinho?”; “que lindo, estão grávidos! Mas e aí, preferem menino ou menina?”.
E é desta última pergunta que partimos.

Desde o primeiro dia após a comunicação da nossa gravidez para os queridos mais próximos, já ouvimos algumas centenas de vezes: “e aí, preferem menino ou menina?”, mas lhes garanto, tanto eu quanto Priscilla não temos a menor preferência. De verdade. O que vier será ótimo, cada gênero com suas particularidades e charme, mas ambos são muito legais e, portanto, não conseguimos desenvolver uma preferência por um ou por outro.
Durante um tempo, quando tocávamos no assunto, a Pri sempre demonstrou preferir menino, uma vez que na sua família só nascem mulheres, um menininho seria o xodó da família. Contudo, há pouco tempo nasceu o lindo Eduardo, filho do PC e da Thaís, primos da Pri e agora meus por direitos civis adquiridos. Mas mesmo antes dele nascer, antes de começarmos nossas primeiras investidas fecundativas, esta preferência já começou a se dissolver, pois ela adora brincar com meninas, e brincando com sua irmã e respectivas amiguinhas ou com minha sobrinha Sofia, ela se deu conta que, fosse menino ou menina, seria delicioso na mesma proporção.

Eu, idem. Durante algum tempo quis ter menina. Depois, brincando com meu sobrinho Thiago – futuro craque do Figueira, importante que se diga –, passando uma tarde inteira jogando videogame com ele, vendo as reações, ouvindo as risadas, imaginando aquela cena com um filho meu,  vi também como é legal um menino, difícil definir uma preferência. Há os que dizem: “ah, todo cara quer um filho homem para levar ao estádio, comprar a camisa do seu time, essas coisas.”; mas quem disse que não posso fazer isso com uma menina também? Qual o problema de ver uma magrelinha com cabelo de cachopa trajando um belo vestidinho do Figueira? Enfim, impossível  estabelecer uma preferência, vamos nos apaixonar ainda mais no momento em que confirmarmos o sexo, disso temos certeza, mas não é ele que vai determinar se gostaremos mais ou menos do filhote que vamos ter.
Contudo, entretanto, porém e todavia, preciso revelar meu segredo: tenho um dom! Sou mais rápido e eficaz do que qualquer aparelho de ultrassom. Em nove tentativas, acertei nove vezes o sexo do bebê de casais amigos logo nas primeiras semanas de gravidez. Na maior parte dos casos confirmo a expectativa dos pais, mas não é sempre o que acontece. Meu grande amigo e compadre Alex Bagual achava que teria um menino, mas avisei-o antes do ultrassom que seria menina. Hoje está linda, a Rebecca! Meu querido irmão, mundialmente conhecido por Cherinho, acreditava que o primogênito seria menina, mas eu avisei, é menino. Hoje o Pedro está lá, lindo, brincalhão e a paixão do papai babão.

Meu processo é simples, só preciso colocar minha mão esquerda na barriga da futura mamãe e na hora eu digo com total garantia de sucesso ou o seu dinheiro de volta. Entretanto, mesmo antes de começarmos a tentar engravidar, já colocava meu dom em cheque, na dúvida se ele teria num filho meu a mesma eficácia que tem em filhos de terceiros. E foi meio angustiante a dúvida, pois desde que nos descobrimos grávidos, colocava minha infalível mão esquerda sobre a barriga da minha amada, e nada se revelava. Mais do que isso, dava um medo de prever determinado gênero, começar a tratar por um dos nomes escolhidos e, se ao fazermos o ultrassom o sexo se confirmasse o contrário, de repente provocar alguma espécie de trauma pré-natal no nosso bebê-larvinha.
Mas, embora ainda meio receoso com a ideia do trauma pré-natal, ontem eu tive certeza: É UMA MENINA!

A mamãe não gosta de ficar idealizando, prefere esperar o exame para depois começar a pensar em vestidinhos ou calças curtas, mas o papai já sabe, serão vestidinhos as roupas que compraremos em breve.
Noite passada sonhei que eram gêmeos e meninos, mas reafirmo, é uma menina!

O exame para descobrirmos o sexo será feito em dezembro, mas ele servirá apenas para confirmar a assertividade da minha infalível mão esquerda e, tão logo isto aconteça, vocês serão oficialmente informados aqui neste modesto espaço.
Contudo, por via das dúvidas combinemos o seguinte, caso meus temores iniciais de meu dom não funcionar comigo mesmo, estejam cientes de que este post será imediatamente deletado, evitando assim uma prova documental do fim dos 100% de aproveitamento da minha mão esquerda, e, principalmente, não subsidiando materialmente o eventual trauma pré-natal do nosso bebê-larvinha.

Combinado?

 (Em tempo, agora a mamãe do meu filhote também virou blogueira, criou um espaço onde escreve cartas para o nosso bebê ler no futuro, deem uma passada lá e prestigiem a mãe mais linda do mundo: www.diariodamamaepri.blogspot.com )

 


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Transformações

A paternidade é uma transformação maravilhosa! Aliás, várias, sucessivas e diárias transformações. Assim sendo, este blogue não se excluirá do turbilhão metamorfósico que tomou conta da minha vida.

Caros leitores, antigos ou novos, inicia-se agora um breve inverno de nove meses aos assuntos que este blogue costumava tratar, aos contos que outrora predominavam por estas plagas.
Em função do meu estado babão, nas próximas 33 semanas este espaço estará voltado exclusivamente para o Diário do Papai! A começar pela transformação da cara dele, como você já deve ter percebido. Tudo agora que me interessa remete ao bebê larvinha que cresce acelerado na barriga da minha amada.

Claro que se nesse período surgir um continho ou outro, irei publicá-lo, mas eles não serão minha prioridade. Quero usar este espaço que eu prezo tanto para relatar quase que diariamente toda a maravilhosa revolução que é o preparo para receber a criaturinha fruto da mistura minha com minha esposa.
Sempre quis ser pai, tinha uma vaga ideia da reação que teria quando me descobrisse progenitor de alguém, mas não imaginava que as transformações seriam tão profundas quanto estão sendo.

Tudo muda, o modo como se enxerga as coisas, o cuidado que se toma em tudo o que se faz, tudo passa por micro e macro transformações internas e externas o tempo todo.
A primeira transformação que a larvinha que cresce freneticamente na barriga da Priscilla causou, foi o cigarro. Nos descobrimos grávidos na noite do dia 03/10 e, tão logo o exame de farmácia nos apontou 2 risquinhos cor de rosa, abandonei os cigarros. Uma vontade enorme de ficar saudável, viver bastante para poder cuidar dela e do bebezinho ali dentro, de fazer o que for preciso para que nunca falte nada a eles (as), que o cigarro foi instantaneamente para o paredão. Não que esteja sendo fácil, não é. Já tinha parado de fumar uma vez, um pouco antes do nosso casamento, fiquei quinze dias sem fumar. Pode parecer pouco tempo, mas para quem fumava 3 maços por dia, acredite, quinze dias é tempo pra caramba. Voltei a fumar quando fiquei num baita nervosismo para decidir se mudava de emprego ou não, tinha recebido uma ótima proposta, mas adorava a empresa onde eu trabalhava. Enfim, resolvi arriscar, troquei de emprego e voltei a fumar. Não tanto quanto fumava, mas qualquer quantidade que se fuma, disso sabemos todos, nos é nociva.

Desta vez foi diferente, tão logo confirmamos a suspeita, imediatamente parei. Não foi fácil, principalmente nos primeiros dias. No dia seguinte, dia 04, quando fizemos o exame laboratorial e o primeiro pré-natal, quase surtei de nervoso e ansiedade, consequências da falta de nicotina. Fiquei mal humorado, apesar da felicidade pela gravidez. Fiquei assim alguns dias. No dia 09 caí em tentação, e fumei um cigarro na companhia do meu querido e grande amigo Aldo Jr. Quase não dormi na noite daquele dia, de tanta raiva que estava sentindo de mim, como se tivesse traído o meu filho, mas a Pri me acalmou, me convenceu que aquele sentimento era besteira, que não precisava me cobrar tanto. Hoje estou feliz, pois, desde então não fumei mais nada e, mais do que isso, nos dois últimos dias em nenhum momento tive vontade de fumar. Obrigado meu filho(a)!
A segunda transformação que o meu bebê larvinha causou, foi na direção. Como estou mais cuidadoso! Sou apaixonado por motos, vez ou outra deixo o carro na garagem e vou trabalhar de moto. Todo motociclista prudente, dirige com alguma parcela de medo, ele nos protege um pouco da vulnerabilidade das duas rodas. Mas incrível como estava temeroso no primeiro dia que andei de moto após me descobrir pai. Nunca fui tão cuidadoso, evitei o corredor entre os carros, e dirigi com um zelo como há muito não fazia. Não um medo que chegasse a me bloquear, pois isso também seria muito prejudicial, mas um cuidado enorme por saber que agora duas pessoas me esperavam em casa no fim do dia.

A terceira transformação é no calendário. O tempo que era medido em meses, passa a ser contado em semanas. Lembro-me de amigos grávidos que me diziam: “estamos de 17 semanas”, e eu pensava, “Cacete, vou ter que dividir 17 por 4 para descobrir de quantos meses estão...”, mas é sair do consultório do obstetra, que o mundo só funciona através de semanas. Estamos no transcorrer da nossa sétima semana, a propósito. Nosso bebê larvinha é do tamanho da unha do dedinho do pé, mas já tem um coração com duas cavidades e fígado.
A quarta transformação é no vocabulário. Amigos leitores, sou o quarto de cinco irmãos, e como vocês sabem, toda família tem um tio bêbado. Pois bem, este era eu. Bêbado, desbocado e falastrão. Tanto que em determinado ponto, minha presença era até evitada para que meu vocabulário não maculasse os ouvidinhos dos meus 4 sobrinhos. Se na época me pareceu exagero, hoje eu sei, foi a coisa mais acertada a se fazer. Deus me livre do meu filho conviver com um boca suja como eu era! Percebam, o texto já está longo, e o mais próximo de um palavrão que eu escrevi, foi: “cacete”. E não é brincadeira, quando solto algum sem querer, vou no umbigo da Priscilla e peço desculpas ao bebê-larvinha, e acho que ele(a) me desculpa, pois no fundo das suas erupções celulares sabe que tanto quanto ele está aprendendo a virar gente, eu estou aprendendo a virar pai.

A quinta transformação é no humor. Tinha um mau humor meio crônico ao amanhecer. Agora – a exceção de um dia em que a falta do cigarro me sufocava – acordo sempre feliz. Olho para o lado, e os dois (duas) estão ali dormindo tão lindos(as), não tem como ficar mau humorado. Antes, nada afetava mais o meu dia do que ter meu sono interrompido, algo patológico, de tão grave. Agora, vez ou outra a Priscilla me acorda no meio da madrugada morrendo de enjoos e mal estar. Não me importo, de verdade não me importo. Até gosto, pois sei que é nosso bebê-larvinha falando conosco. Sei que daqui a pouco vai ser assim, e embora vá ser muito cansativo, vai ser ótimo olhar aquela mini-pessoinha que conta conosco pra ser feliz. Ela acorda, me olha e pede massagem nos pés, e eu faço com ainda mais prazer do que já fazia antes, pois se antes ficava feliz em fazer por saber que ela adora, agora sei que o relaxamento que ela sente, relaxa também nosso filhote.
Enfim, meu bebê tem só seis semanas e três dias, e já me transformou num homem mais calmo, paciente, cuidadoso e saudável. Fala a verdade, é ou não é o melhor bebê de todos os tempos?

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Diário do Papai: Primeira foto minha com meu filho(a)

Aloha, povo da terra!

Pois bem, dadas as maravilhosas circunstâncias que envolvem minha vida atualmente, a partir de agora farei, semanalmente, o "Diário do Papai", contando minhas descobertas, reflexões e aprendizados desta que é indiscutivelmente a maior e mais diferente felicidade que já experimentei nestes quase 33 anos de vida.

É meio brega, eu sei, talvez para você isso seja até enfadonho, mas, por pelo menos 9 meses é assim que estou e estarei, cansativo de tão meloso.

Por que muita gente acha que é fácil, mas dá trabalho engravidar! Esse era nosso terceiro mês de tentativa, ansiedade, torcida e raiva daquele bando de moleques que vai lá, dá umazinha muito da mal dada e embucha a menina que acabou de conhecer no primeiro tiro. E nós lá, no empenho, clima especial, jantares românticos, produções da mais alta categoria e o(a) preguiçoso(a) do(a) nosso(a) herdeiro(a) teimando em não dar as caras.

Mas quando veio, veio bem! Reza o método medicinal que acima de 5 ml de HCG, o positivo já é inquestionável. Minha amada estava com 3.193, rá, sou foda! Meus amigos já estão me evitando, tamanha a quantidade de piadinhas sem graça que faço com o 3.193. Vou jogar este número no bicho, fazer uma combinação para a Mega-sena, vou tatuar este número! E pode escrever aí, vai nascer com 3,193kg!

Agora ele(a) está lá, uma lombriguinha crescendo, enjoando a mamãe indefesa, dando crises inescapáveis de sono e, mesmo sem ter nascido, já mal consigo dormir de tanta felicidade e expectativa. Deito, espero ela dormir e fico olhando para a barriga dela, sabendo que ali dentro um milhão de coisas estão acontecendo, que na manhã seguinte, quando ela acordar, vai estar meio tonta e enjoada, mas ainda mais linda do que quando deitou. Estou meloso, já falei.

Sábado passado fizemos nossas primeiras compras para o bebê, o primeiro pacote de fraldas e o presente do dia das crianças. Não, não somos neuróticos, é que fica mais fácil preparar o estoque de fraldas assim, cada vez que formos ao supermercado compramos um pacotinho, do que esperar para comprar depois que nasce. Crianças pequenas são verdadeiras fábricas de adubo, uma maravilha!

Tão logo soubemos, gravamos um vídeo para que ele(a) veja quando estiver grandinho(a), brindando com coca-cola que tínhamos acabado de descobrir que ele(a) já estava a caminho, e o quão felizes estávamos por isso. Não, o vídeo não estará aqui, ele é de uso restrito do(a) rebento(a), perdeu preibói!

Mas, para que não fique sem registros, tirei a primeira foto com minha lombriguinha em formação de gente, esta eu compartilho com vocês.

Saudações do papai magro barrigudo, mas em processo de aprimoramento visual, pois tenho que estar lindo caso seja menina, para que ela compare o papai com os merdinhas que se aproximarem dela, e não ache nenhum deles suficiente.

Até semana que vem!

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Esta semana

Esta semana o Figueirense perdeu de 3 a 1 para o Vasco, mas isso não tem a menor importância.

Esta semana o Lewandowski inocentou o José Dirceu no julgamento do mensalão, mas isso não tem a menor importância.

Esta semana o primeiro single dos Beatles compeltou 50 anos, mas isso não tem a menor importância.

Esta semana o primeiro filme do 007 completou 50 anos, mas isso não tem a menor importância.
Esta semana o jogo entre Brasil e Argentina foi cancelado por que faltou energia no estádio, mas isso não tem a menor importância.

Esta semana encerrou o programa eleitoral gratuito na televisão e nos rádios, mas isso não tem a menor importância.
Esta semana teve debate eleitoral na TV, ele conseguiu ser ainda mais fraco do que alguns debates de eleições anteriores, embora tenha sido divertido ver o fraquíssimo Cesar Souza Junior responder “não estou preparado para responder”, quando questionado sobre uma proposta sua. Mas isso também não tem a menor importância.

Esta semana o Avaí perdeu para o forte Asa de Arapiraca, mas isso tem ainda menos importância do que normalmente já teria.
Esta semana estreou o remake da novela Guerra dos Sexos, mas isso não tem a menor importância.

Esta semana o Tufão desmascarou a Carminha, mas isso não tem a menor importância.
Esta semana o Schumacher anunciou sua postergada aposentadoria, mas isso não tem a menor importância.

Esta semana o Anderson Silva lutará no Rio de Janeiro, mas isso não tem a menor importância.
Esta semana a cadelinha da Gisele Bündchen morreu, mas – embora ame os animais e entenda a dor que ela deve estar sentindo – isso também tem uma importância menor.

Esta semana o marqueteiro do PT iniciou um trabalho junto ao governo do Hugo Chavez, mas isso não tem a menor importância.
Esta semana fez 20 anos do Impeachment de Fernando Collor de Mello, mas isso não tem a menor importância.

Esta semana fez 20 anos do massacre do Carandiru, mas isso não tem a menor importância.
Essa semana a previsão do tempo era parcialmente nublado com chuvas esporádicas ao longo do período, mas ontem o dia foi o mais lindo de todos, mesmo coma confirmação das previsões dos meteorologistas.

Ontem nós dois nos descobrimos três, somos assim há cinco semanas, e agora isso é o que realmente importa, daqui pra sempre.
 
 

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Sem ela

Foram tantos anos junto dela, que achou que não se reconheceria sem ela. Apesar do medo da véspera, agora, depois da decisão tomada, depois da coragem de por um fim em tudo, viu que havia algo de interessante em si, mesmo longe dela. Mais do que isso, sentia-se bem por tê-la tirado da sua vida. Sentia-se bem por ter tido coragem de arrancá-la de si dando risadas. Sentia-se mais homem, mais íntegro, mais dono de si. É que foram tantos anos juntos, que para os outros já eram praticamente a mesma coisa, uma figura só, indissolúveis. Achava que não se reconheceria sem ela, mas agora, até mais jovem sentia-se. Tudo bem, era meio estranho encarar o mundo depois de tanto tempo, sem ela. Mas até o vento lhe parecia mais fresco, sorrir parecia mais fácil longe dela. Contudo, a sensação de liberdade durou apenas alguns poucos dias. Não tardou para que sentisse falta dela. E por sentir assim, uma espécie estranha de saudade, apesar de toda a euforia tola dos últimos dias, deixou aquela besteira de lado e, novamente, deixou a barba crescer.