quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

As aventuras de Alex Bagual, o tarado do pau mole!


_Buenas, China bem linda, me diga uma coisa: tu estás esperando o ônibus?

_Ãhn? Ônibus? Não, não, meu senhor, isso aqui não é uma parada, é uma praça, estou apenas lendo meu livro.

_Barbaridade, guria, mas bem que tu estás no ponto!

_Olha, me desculpe, é que eu estou bem ocupada, não vou poder te dar atenção agora.

_Prometo que vou ser bem breve, mas não posso deixar de te falar algumas coisas.

_Hum?

_Vem cá, guria, tu acreditas em amor a primeira vista?

_Ai meu deus do céu, você tá de palhaçada, né?

_Não, juro, preciso saber de ti: tu acreditas em amor a primeira vista?

_Não! Pronto? Posso ir embora?

_BAH, TCHÊ! SABIA!

_Sabia o quê?

_Nós dois, tudo a ver. Eu também não acredito em amor a primeira vista. Surpreendente barbaridade, estas coincidências da vida, surpreendente barbaridade!

_Você tá gozando com a minha cara?

_Não. Mas se tu quiseres...

_O QUÊ?????

_Nada não, deixa pra lá.

_Escuta aqui, ô carinha...

_Alex.

_Ãhn?

_Meu nome é Alex. Alex Bagual, para os íntimos, mas se tu quiseres ser ainda mais íntima, algo como a prenda do meu galpão, podes me chamar só de Bagual. O teu Bagual saracoteador!

_O que é que você quer com essa cantadinha barata, hein ô meu filho?

_Calma, guria, só quero te fazer feliz! Feliz barbaridade!

_Isso já deu certo com alguém?

_Nunca! Mas também nunca tentei. Ensaio este diálogo faz anos, e quando te vi sabia que contigo tinha que ser especial barbaridade, tinha que fazer o meu melhor.

_Isso é o teu melhor?

_Na verdade não, mas posso te apresentar o meu melhor no pelego lá do meu rancho.

_Olha, Alex, não quero te deixar desapontado, mas o meu negócio é mulher. Sei que não parece, sou até bastante feminina, mas sinto muito, eu gosto mesmo é de mulher.

_Mas bah tchê! Eu também! Não é maravilhoso?! Mais uma coisa que temos em comum, se isso não é amor, pelo menos dá um belo dum chamamé!

_Ô ANIMAL...

_Ai, guria, não fala assim que eu me derreto como gordura de picanha no fogo de chão...

_Ô IMBECIL...

_Xinga este teu índio velho, xinga minha chinoca...

_EU SOU GAY! Gosto de mulher, aliás, eu vivo com uma mulher, e estamos muito bem, obrigada.

_Mas que coisa mais maravilhosa tchê, quando eu acho que já sou feliz tu melhoras ainda mais minha vivência! Eu também adoro uma mulher, duas então... Pega lá a tua prenda e traz ela também para o meu galpão, vamos saracotear os três, me deito no chão e deixo as duas fazerem uma gineteada em cima de mim, que te parece, guria?

_Mais uma dessas e eu te enfio a mão na cara.

_Mas que coisa bem linda, essa tua brabeza! Mulher braba faço que nem com Baio chucro, monto, grudo na crina e só largo quando amansar. E quero ver se me derruba!

_Ah é?! Então vamos ver o que você esconde debaixo dessa bombacha. Quero ver, me mostra!

_Mas guria, tu vais ficar bem doida com o guapo que trago nas ceroulas! Mas ligue para tua amiguinha, deve ser uma coisa bem linda, duas chinas usando esses cordãozinho no lugar das tangas, serpenteando as língua na boca uma da outra!

_E então, Bagual, você vai ou não vai mostrar o teu “guapo”?

_Mas te fresqueie pra ver! Queres ver o meu novilho? Pois eu te mostro! Mas te aviso, não se pode ter tudo na vida...

_Como assim?

_Minha carabina é cano duplo, mas não anda engatilhada.

_Você está querendo me dizer que é broxa?

_Mas tu também nunca estás feliz, guria. Não basta ser grande, ainda querias que fosse duro?

_Sim, mas o que vou fazer com uma “carabina desengatilhada”?!

_Chame de bomba e tome teu mate, que tal? Pode não ser verdinho, mas vai te deixar um amargo nos beiço.

_Você tem cuia em casa, Bagual?

_Mas claro!

_Tua cuia tem bomba, Bagual?

_Certamente!

_Então, tenho certeza que a bomba da tua cuia é dura. Se fosse mole o teu mate não sairia.

_Mas guria, de dura já basta a vida! De duro já basta ser prensado contra o alambrado e sentir aquela avalanche maravilhosa atrás de mim, cada vez que o Imortal põe lá dentro.

_Olha, é melhor eu ir embora.

_Mas China linda, se o problema é esse tu chama tua amiga, e eu chamo um amigo meu, o Cristóvão.

_Cristóvão? Quem é esse Cristóvão?

_Cristóvão é um negrão de dois metros, coisa mui linda, só de ver dá vontade de morrer abraçadinho nos braços largos daquele príncipe africano.

_Iiiiihhhh...

_Não, guria, que é isso. Estou apenas dizendo o que pensarias se te deparasses com ele, não que eu ache isso, não que eu repare naquelas mãos enormes, naqueles ombros largos, coxas musculosas, peito definido, jamais repararia nisso, imagine... Sou gaúcho, macho, forte. Gaúcho barbaridade!

_Bom, nesse caso podemos até conversar, eu ligo para minha namorada, você liga para o Cristóvão...

_Mas tem um problema.

_O que?

_A bainha é grande, mas o facão não passa de um canivete de chaveiro.

_Ãhn?

_Se eu trago comigo uma carabina cano duplo desengatilhada, o Cristóvão até que anda engatilhado, mas porta uma pistolinha calibre 22, não serve nem para causar um desconforto, que dirá para dar alegria.

_Olha, agora chega vou embora.

_Espere, guria. (disse isso e segurou forte o braço da moçoila)

_PAFFF

(som da bolsa da moçoila esbofeteando a cara do Bagual. Ela vai embora, ele fica abaixado com a mão na face agredida. Nisso, uma outra menina que observou a agressão, se aproxima para ver se está tudo bem).

_Oi moço, está tudo bem com o senhor? O senhor está precisando de alguma coisa?

_Que é isso, guria, sou Maragato barbaridade, e nem uma tropa inteira de Ximangos me apoquentaria, imagine uma China brabinha...

_Bom, já que o senhor está bem, então eu vou indo, até mais.

_Mas calma, China bem linda, pra que a pressa? Me diga uma coisa, minha passarinha: antes de tu vires gorjear nos meus ouvidos, tu estavas esperando ônibus?

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